Aquaman - Crítica
HE TALK TO FISH!
É fato que a Warner/DC ainda está procurando seu
caminho certo e não são poucas suas tentativas. Aquaman é mais uma delas e...
Bem... Funciona. A seu modo, mas funciona. Trazer para a grande tela um dos
heróis mais desrespeitados de seu universo requer coragem e isso a World of DC (WDC) tem de
sobra.
Warner Bros./Divulgação |
A ousadia já começa pela direção. James Wan,
consagrado no terror com o universo de Invocação do Mal, chega para mais um
novo desafio: filme de super-herói. Os desafios para o Wan na carreira de
diretor não são poucos, tendo em vista que ele vai de filmes de terror à filmes
de ação (como Velozes e Furiosos). E ele entrega um bom filme. Em sua grande
maioria concebido por CGI, há a mão do diretor em muitas das cenas,
principalmente as cenas com elementos de terror jump scare. As cenas de ação
são convincentes mesmo sendo em CGI. Somos arremessado à um universo semelhante
ao de games, só que no cinema. Inclusive, ressalva para a cena inicial da luta
entre Atlanna (Nicole Kidman) e os soldados de Atlantis, um deleite visual que
já diria o Julinho da Van no Choque de Cultura: “É tudo computador”. Mas é
lindo. Visualmente colorido, estonteante. Não deixa a desejar na cor. O
universo em baixo da água não parece ser tão de outro mundo, passando a ser
aceitável. O uso da telepatia é espetacular e remete muito aos desenhos dos
Super-amigos (onde TODO MUNDO zuava com a cara do Aquaman).
Temos uma história simples, sem muita profundidade
nos personagens. Dessa vez, a WDC apostou num feijão com arroz, com algumas
pitadas de molho especial, que nesse caso é uma crítica ao que nós seres
humanos estamos fazendo com nosso planeta. Porém, no final das contas, o
resultado é uma briga de irmãos por conta do ego de um deles. Muitos obstáculos
para o nosso protagonista Arthur Curry chegar a seu objetivo, o básico do básico.
Mas
há de se louvar as referencias no meio desse básico. A principal delas é à história do
Rei Arthur, o único digno da Excalibur. A história gira em torno disso, os
personagens se assemelham até no nome. Temos também referencias a Pinóquio e
até mesmo a Star Wars.
O Jason Momoa é um homão, isso é inegável. Ele traz
um Aquaman respeitável, com um olhar que empolga e até bem humorado em alguns
momentos. Alguns vários momentos. Há uma empatia entre seu personagem e a Mera
(Amber Heard), os dois funcionam muito bem quando juntos. Seja na ação, seja
nos momentos cômicos. As personagens femininas possuem força e não passam
desapercebidas. Como a já supracitada a cena da luta entre Atlanna e os soldados
de Atlantis. Há também a figura de Mera, que se mostra super-poderosa em
diversos momentos e dominando a tela. Quer mais Girl Power que isso?
Há uma construção de vilão para a trama, Black
Manta (Yahya Abdul-Mateen II), e um outro vilão já construído, Ocean Master (Patrick
Wilson). Tudo ainda no feijão com arroz e precisamos até da suspensão da descrença
para que a jornada do vilão não seja pífia. Inclusive, a suspensão de descrença
é necessária também em alguns outros momentos do filme, não se limitando apenas
na construção do vilão.
Depois de muito computador, uma história não muito
complexa, algumas suspensões de descrença e uma mensagem ao mundo, temos um
filme que se sustenta no WDC. Talvez seja esse o caminho que a Warner/DC
precisa seguir? Não sei. Fato é que em Aquaman funciona e eles entregam um filme
bom. Com isso, um 8,5 maroto e uma esperança para os futuros filmes
desse universo cinematográfico da DC.
(Kauan Oliveira)
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