Vingadores: Ultimato - Crítica

ESTAMOS NO ENDGAME AGORA!

Foram 11 anos até chegarmos nesse momento. Agora, Ultimato está entre nós. E o que a Marvel aprendeu e construiu nesses 11 anos se faz muito presente nessa obra que fecha um grande arco e pode vir a ser um grande marco na história do cinema.

Marvel Studios/Divulgação

Os Vingadores, os heróis mais poderosos da Terra estão perdidos, desolados, buscando salvação, buscando a ultima chance, seja ela qual for. O filme tem 3 horas e muita coisa a contar, porém, falar sobre Ultimato é complexo em muitos sentidos: de prováveis spoilers a complexidade da história em si. Tendo em vista isso, a história do filme não será contada aqui como deveria, o que posso adiantar é que NADA é como se espera.

Ultimato nos mostra as fraquezas dos heróis e como cada um as supera, ou ao menos tentam. Caídos, tentam se reerguer e lutam de todas as formas possíveis para fazerem jus ao seu título e vingarem a Terra. Thanos, figura central da trama de Guerra Infinita, se torna coadjuvante em Ultimato, não sendo o todo poderoso titã louco apresentado nas obras anteriores, mas ainda assim ele é o Thanos e quando coloca sua armadura, continua passando medo e agonia a quem assiste. Mas se Guerra Infinita foi um filme de Thanos, Ultimato é um filme dos Vingadores.

Por falar em obras anteriores, Ultimato é uma visita ao legado Marvel. Uma visita mesmo! O filme é uma auto-referência a todo o universo e tudo está ligado diretamente às emoções e às ações dos personagens. Gestos, decisões, tudo está conectado com o passado desses nossos heróis. Tudo o que eles perderam, e não necessariamente no estalar de dedos, é importante para o que eles estão vivendo no agora de Ultimato. O filme acaba se tornando uma carta de despedida aos fãs, o fechamento de um grande arco.

Se Guerra Infinita foi todo ação, Ultimato foi mais respiro, mais pé no chão. A primeira hora do filme é sobre a queda dos personagens. Mais denso que qualquer filme da Marvel, os personagens se encontram perdidos e sem esperança, mas ainda tentam. Esse momento difícil, de contar as perdas, de se sentir derrotado é um dos pontos chave do filme, pois mostra que herói não vive somente de vitórias, as vezes é preciso ser derrotado, é preciso cair. O importante é como você se reergue. “Algumas pessoas seguem em frente, mas não nós”, é exatamente o que o Capitão América diz. Assim temos a sequencia do filme, após esse momento perdido dos personagens, ultimas esperanças surgem. Nessas ultimas esperanças, as perdas são importantes para fazerem alguns personagens mudarem de ideia e nisso toda a construção dos filmes da Marvel se faz válida. Nós sabemos dos apegos de todos os personagens, seus pontos fortes e seus pontos fracos também. Ultimato se apropria disso e por fim temos uniões e alianças que estão dispostos a vingar a Terra, nem que seja a ultima coisa a fazer.

A relação Steve Rogers e Tony Stark ainda muito bem explorada e sendo importante para guiar os personagens.Boas interações entre Thor e Rocket, assim como em Guerra Infinita. Um Hulk diferente e mais engraçado que em Thor: Ragnarok. Viuva Negra e Ronin (o Clint Barton) fazendo suas relações se tornarem essenciais para a trama. Uma Nebulosa transformada, diferente dos filmes anteriores. E uma Capitã Marvel que a todo o momento se mostra muito poderosa. A união de todos faz a força nesse filme. E não dá pra esquecer o Scott Lang, peça chave para o segundo ato do filme e é sobre ele que irei falar a seguir.

Ahhh, o segundo ato... Se tem algo que não faz esse filme ser perfeito, esse algo é o segundo ato. O filme se torna um pouco confuso aqui. São justificáveis dentro do universo do filme, mas sempre gera discussões, perguntas e outras "soluções fáceis" para futuros acontecimentos (não citarei aqui para evitar spoilers). Ainda assim tal segundo ato se faz importante, pois são nesses momentos que temos as principais revisitas e homenagens ao universo Marvel. Um dos atos mais emocionantes. Entretanto todo o aparato cientifico do segundo ato acaba ficando muito solto no filme, jogado. Explicações e acontecimentos mirabolantes que dão a impressão de que foi escrito pois precisavam daquilo, mas não aprofundaram em como aquilo. A escolha foi complexa, o filme faz questão de comprovar isso, mas os acontecimentos nesse ato são muito rápidos, uma subsequência de Deus ex machina. E se torna estranho em um universo tão bem construído.

O que não sai da minha cabeça, e que já citei aqui é: Ultimato é uma carta de despedida aos fãs. Inclusive, nos créditos (pode ser um SPOILER) o filme encerra com a assinatura dos atores, como uma carta mesmo. É uma homenagem da Marvel a todos os fãs. Com fan services por toda parte e um dos momentos mais épicos da história do cinema e O MAIS épico de todo universo Marvel, Ultimato acaba colocando mais um sorriso no rosto dos fãs e dá orgulho de ver algo tão bem construído. Quem se empolgou em 2008 quando viu Tony Stark falar “Eu sou o Homem de Ferro”, com toda certeza se empolgará com muitos momentos de Ultimato. E isso é o que mais engrandece o filme e todo o universo cinematográfico da Marvel. 9,0 por tudo que Ultimato proporcionou e por tudo que irá proporcionar na memória de quem viveu esses 11 anos e se sentiu completo com toda a saga.


(Por Kauan Oliveira)

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