Homem-Aranha: Longe de Casa - Crítica

O MAIOR PÓS-CRÉDITO DA MARVEL

Após os eventos tenebrosos e melancólicos e heroicos de Vingadores: Ultimato, o fechamento oficial do mais importante arco da Marvel aconteceu e foi com Homem-Aranha: Longe de Casa, também conhecido como (parafraseando o Kainan): O maior pós-crédito da Marvel. 

Sony Pictures/Divulgação
Não seria nenhum exagero falar isso, até porque o filme vem num momento muito inoportuno onde já se tinha um fechamento de ciclo. Restava para Homem-Aranha: Longe de Casa abrir novos espaços/ciclos, mas infelizmente não conseguiu da melhor forma. 

A narrativa acompanha Peter Parker (Tom Holland) sentindo a cobrança de ser algo que para ele é grandioso demais, ao passo que tenta esquecer a vida de herói durante uma viagem escolar. Uma grande ameaça aparece para destruir a Terra, mas surge de outra dimensão o Mistério (Jake Gyllenhaal) disposto a ajudar os terráqueos 616 e salvá-los. Essa ameaça gera conflitos entre o desejo de Peter de curtir a viagem com MJ (Zendaya) e o compromisso de salvar a Terra e seus amigos. Mas nem tudo é o que parece. 

Nem tudo é o que parece, mesmo. Nem o próprio filme. Com um inicio promissor e debochado, Homem-Aranha: Longe de Casa parece ter o mesmo tom do primeiro filme e até segura as pontas nos primeiros minutos, porém acaba perdendo a mão e ficando exagerado demais, com algumas piadas que geram desconforto e mais vergonha alheia do que graça. A tensão emocional diante do desfecho de Ultimato, embora existente, acaba se perdendo no filme, ela some. Agora Peter quer somente conquistar MJ. Mas em outro momento Peter sente dolorosamente a perda de seu mentor. Mas em outro momento Peter simplesmente esquece da perda de seu mentor. Tudo isso gera uma confusão que parece se instaurar no ritmo do próprio filme. Não é só o personagem do Peter que muda de uma cena para outra. 

O roteiro ruim chega a conseguir desperdiçar talentos como o de Jake Gyllenhaal, o colocando em diálogos constrangedores e didáticos ao extremo. Talvez somente as referências a filmes antecessores e à Ultimato salvam o roteiro de seu abismo. Entre resoluções de cenas pífias e incoerência de atitudes dos personagens, chega a ser vergonhoso (como um todo) a sucessão de cenas. Tendo seus bons momentos salvos em uma ou outra cena de humor bem construída, principalmente as que envolvem MJ ou Ned (Jacob Batalon), os personagens que mais funcionam no filme, inclusive. Mais um Nick Fury sendo completamente uma piada, um joguete. Há as consequências do estalar de dedos de Tony Stark que ajudam a tirar algumas duvidas que pairavam a cabeça do bom nerd curioso e demonstram, ao longo do filme, o quão heroico se tornou o Stark para o mundo. E da mesma forma com que dá o doce (nos trailers), o filme tira esse doce em sua narrativa e cria novas duvidas sobre a inserção de novos personagens, como os mutantes. 

As já citadas referências talvez sejam o ponto alto do filme. Desde aparições de personagens dos primórdios do MCU até mesmo recriação de cena icônica de Ultimato, as referencias tomam conta e enchem os olhos do fã, deixando saudade apenas Stan Lee que já não aparece mais nessa obra. 

Com um plot twist, esperado até dado tempo de filme, o filme vai se arrastando até seu final onde temos a redenção (e que redenção) do herói. Mas, como já falei lá em cima, nem tudo é o que parece e a primeira cena pós-crédito é um tapa na cara de quem pensa que só verá mais uma cena "ok". Com uma aparição mais do que especial (só assistindo para surtar também) a primeira cena pós-crédito faz o que todo o filme não consegue fazer, que é dar sequência ao Universo Cinematográfico Marvel. E a segunda cena também, não com tanto impacto como a primeira, mas a segunda é ainda mais abrangente em termos de universo que a primeira. 

Nota 6,0 por ainda conseguir arrancar risadas, pelas referencias (sempre elas) e por, minimamente, guiar a Marvel para novos rumos.


(Por Kauan Oliveira)

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